quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Especialistas dão dicas para manter a segurança ao dirigir no lusco-fusco



É complicado pegar a estrada entre 17h e 18h. Veja os perigos que as estradas escondem nesse horário.

Até os motoristas mais experientes têm dificuldade de dirigir no fim da tarde, na passagem do dia para a noite. Demora um pouquinho até que os olhos se acostumem com a mudança na luminosidade. É o chamado lusco-fusco, aquela hora perigosa de transição para os motoristas que acontece no fim do dia.

É uma imagem de cinema no fim da tarde: o sol corta a linha do horizonte e desaparece lentamente. Quando a cena acaba, vem a confusão: nem claro, nem escuro. É o lusco-fusco, o momento de transição do dia para a noite. Nessa hora há uma difusão dos raios de sol que funcionam como "flash".

“O sol bate no olho, começa a lacrimejar, você não enxerga o carro vindo. Não dá para ver principalmente se tem buraco na estrada, fura o pneu, é um desastre", diz a auxiliar de enfermagem Patrícia Teixeira.

Complicado mesmo é pegar a estrada entre 17h e 18h. Se for contra o sol, a visão fica meio confusa. Os especialistas dizem que nesse horário, dependendo das condições climáticas, a visibilidade pode ficar até 90% comprometida.

“Depende de como o sol está. Às vezes a gente não enxerga direito. É meio complicado. Já levei susto. Na hora que você vê, já está em cima", comenta o motorista Fernando Aparecido Carassati.
“Fica com a imagem do sol e do claro estampados no pontinho de melhor visão. Quando você tem essa persistência, a pupila meio fechada, você se confunde um pouco", explica a oftalmologista Ana Cristina Lucchezi.

O professor José Félex, da escola de engenharia da USP em São Carlos, é especialista em trânsito. Um dos problemas que ele percebe é a dificuldade que o motorista enfrenta nessa hora para identificar placas e as muretas de proteção. “Um veículo a 60 quilômetros por hora, no instante em que ele enxergar a mureta, andando ao 60 quilômetros por hora, não vai mais enxergar de frente para o crepúsculo", alerta o professor.

No Brasil, não existe uma estatística oficial sobre os acidentes provocados pelo fenômeno do lusco-fusco. "Não fazendo consciência, ninguém diz que o acidente é porque ele não enxergava. É porque, realmente no crepúsculo, ele tinha um efeito que o fazia não enxergar nada", acrescenta o professor José Félex.

Na hora de viajar, o motorista faz o que pode para vencer as dificuldades. A motorista Matilde Campos não sabe como melhorar a visão: com ou sem óculos? "Guardei agora os óculos escuros. Diminui um pouco, mas resolver o problema não resolve. Tem de ter cautela”, sugere.

"Quaisquer óculos escuros são muito bem aceitos. Todos evidenciam a tonalidade das cores. Protegem dos raios ultravioletas, que é o principal. Nesse horário, a lente de luz amarelada é o ideal", completa a oftalmologista Ana Cristina Lucchezi.

No lusco-fusco, o farol do carro quase não faz diferença. Outra dica da médica para se livrar dessa imagem forte da claridade que persiste na visão é olhar para um canto escuro. Mas esse movimento tem de ser rápido, principalmente se você estiver dirigindo.

 

Fonte: G1

 

 

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