Jornal do Brasil
José Mario de Andrade

É quase impossível dissociar a violência
do trânsito brasileiro nas atuais circunstâncias. A rotina frenética,
aliada à falta de tempo, pressão, além da infraestrutura precária,
resultam na grande doença que se reflete nas vias. Isso significa
crescente número de acidentes graves e fatais, causado por esse
somatório de fatores cada vez mais presentes na sociedade moderna.
Descumprir regras como uma tentativa de retomar o poder perdido, ou
que nunca se teve, dirigir em velocidades excessivas pela “necessidade”
de viver o tempo instantâneo trazido pela internet e desrespeitar o
próximo como forma de afirmação pessoal são alguns sintomas dessa
enfermidade social. Acrescentem-se a isso as escassas políticas públicas
voltadas para o planejamento urbano e a implantação de infraestrutura
adequada.

Morte e trânsito. Palavras sinônimas no dicionário e na vida fora
dos livros. Quando, na verdade, trânsito deveria ser sinônimo de vida,
como no livre e ordenado fluxo do sangue, que permite aos seres humanos
permanecerem vivos, saudáveis, interligados e produtivos.
Temos uma grande oportunidade de mudar isso neste momento em que a
ONU pede aos países medidas efetivas de redução de mortes nas vias. Não é
possível que permaneçamos expectadores desse triste espetáculo. A
Década de Ação pela Segurança no Trânsito está aí. Faltam, agora, apenas
nove anos.
José Mario de Andrade é engenheiro, especialista em
trânsito e professor de engenharia de trânsito na Pontifícia
Universidade Católica do Paraná (PUC-PR)
Fonte: http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2011/11/29/o-verdadeiro-significado-de-transito/
Fonte: http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2011/11/29/o-verdadeiro-significado-de-transito/
Nenhum comentário:
Postar um comentário